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Projetando a dinâmica de transmissão da SARS-CoV-2 durante o período pós-pandemia
Um artigo publicado por cinco cientistas na Revista Science, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta que medidas de distanciamento social para conter a pandemia do novo coronavírus podem ser necessárias de maneira intermitente até 2022. E mesmo no caso de eliminação aparente, a vigilância sobre a doença deverá ser mantida pelas autoridades até 2024, devido à possibilidade do contágio ressurgir.
Imagem de fernando zhiminaicela por Pixabay
Título original: Projecting the transmission dynamics of SARS-CoV-2 through the postpandemic period
Título Traduzido: Projetando a dinâmica de transmissão da SARS-CoV-2 durante o período pós-pandemia
Autores: Stephen M. Kissler, Christine Tedijanto, Edward Goldstein2, Yonatan H. Grad1, Marc Lipsitch2
Projeto Covid-19 e a Matemática das Epidemias - Fazendo a Ponte entre Ciência e Sociedade
Tradução: Danillo Barros de Souza e Jonatas Teodomiro
Síntese: Camila Sousa e Júlia Lyra
Coordenação: Felipe Wergete Cruz
Introdução
Em todo o mundo, os epidemiologistas estão construindo projeções de curto e longo prazo como uma forma de se preparar e potencialmente mitigar a propagação da Covid-19. Embora as suas previsões e prazos variem, há uma concordância em pelo menos duas coisas: o vírus veio para ficar, e o futuro ainda depende de muitas incógnitas. Tais como: o desenvolvimento de imunidade duradoura contra o vírus, o impacto da sazonalidade sobre sua propagação e as escolhas que devem ser feitas a nível individual e coletivo a fim de diminuir a propagação da Sars-Cov-2.
Um artigo publicado por cinco cientistas na Revista Science, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta que medidas de distanciamento social para conter a pandemia do novo coronavírus podem ser necessárias de maneira intermitente até 2022. E mesmo no caso de eliminação aparente, a vigilância sobre a doença deverá ser mantida pelas autoridades até 2024, devido à possibilidade do contágio ressurgir.
Destrinchando
A pesquisa utilizou dados dos Estados Unidos para modelar a transmissão dos betacoronavirus em regiões temperadas para projetar a possível dinâmica da infecção da Covid-19 até o ano de 2025. Primeiro foi avaliado o papel da variação sazonal, duração da imunidade e imunidade cruzada na transmissão da HCoV-OC43 e HCoV-HKU1 (outros tipos de coronavírus que causam apenas resfriados comuns) nos EUA.
Em seguida, foi incorporado um terceiro betacoronavírus no modelo de dinâmica de transmissão para representar a SARS-CoV-2. O estudo assume um período latente de 4.6 dias e um período de infecção de 5 dias, informado pelos valores do melhor ajuste dos outros vírus anteriormente analisados. Considerando também que os seguintes valores pudessem variar.
Para um conjunto representativo de parâmetros, os cientistas determinaram o número de infecções anuais e o pico anual de prevalência da SARS-CoV-2 até 2025. A dinâmica pós-pandemia do novo coronavírus foi disposta nas categorias de surtos anuais, surtos bienais, surtos esporádicos ou eliminação virtual (termo que descreve a redução da quantidade de uma substância num ambiente até um “nível sem qualificação”).